Tirem os objetos do caminho, tem um bebê desgovernado engatinhando pela casa.
Geralmente, é com 8 meses que a criança entra na fase do engatinhar, o que significa um grande progresso nas suas funções motoras, coordenação, equilíbrio e desenvolvimento mental.
A criança desenvolve a habilidade de engatinhar e logo dispara pela casa como um foguete em todas as direções, inclusive de ré. Consegue até mesmo engatinhar com uma das mãos, levando um brinquedo ou objeto na outra.
Quando a criança engatinha ela ganha independência para se locomover sozinha, buscar o brinquedo que está longe, procurar a mãe pela casa, ir atrás de barulhos. E, com isso, demonstra sua vontade, sua inteligência, sua personalidade.
Com o engatinhar vem logo a vontade de ficar em pé. A criança gasta um bom tempo do seu dia debruçando-se em móveis, camas e mesas baixas para levantar e ficar em pé sozinha. Embora tenha força nos braços e pernas, não consegue largar as mãos e se manter firme. Logo cai sentada.
O bebê de 8 meses já reconhece o seu nome quando é chamado e algumas outras palavrinhas repetidas constantemente pela mãe. Sua linguagem continua evoluindo e ele não para de balbuciar sílabas e testar sua voz e os sons que produz, dando diferentes entonações.
Sua capacidade de brincar é grande e ela participa ativamente das brincadeiras propostas, trocando sinais com os adultos e demonstrando diferentes reações às provocações. Nessa fase, ela começa a imitar gestos.
Outra característica do bebê de 8 meses é que ele quer morder tudo, até as pessoas, mas como uma forma de carinho, para experimentar. Também aprende a usar as mãos de todas as maneiras, inclusive para puxar os cabelos da mamãe.
Como estimular o bebê de oito meses?
Ótimo momento para estimular não só o desenvolvimento psicomotor mas também a disciplina.
“Cadê a mamãe? Achou!”. O bebê de 8 meses adora essa brincadeira em que a mãe se esconde atrás de uma fralda e ele tem que tirar o pano do rosto para achá-la.
O desenvolvimento social da criança é expressivo no oitavo mês. Os pais podem introduzir brincadeiras como fazer caretas e sons para a criança imitar, bater palma, brincar de pegar e soltar e colocar o bebê a cavalo sobre a barriga. Brinquedos para martelar, empilhar e desmontar podem distrair a criança durante certo tempo.
Faça a experiência de colocar o bebê em frente a um espelho e veja como ele faz festa para a própria imagem.
Como dissemos anteriormente, a educação da criança começa logo após o nascimento. Quando ela coloca o dedo na tomada, enfia um chinelo na boca, pega um enfeite da mesa da sala, os pais devem dizer “não”, com voz séria e firme, para que ela aprenda os seus limites.
Certamente o bebê não vai compreender o significado da palavra “não”, mas vai notar o tom da voz da mãe, a cara séria e assim, com o tempo, entender que não deve mais fazer aquilo.
O importante na educação do bebê é que os pais saibam respeitar os filhos. O correto é que digam “não” olhando nos olhos da criança, retirem o objeto inadequado da mão do filho, fale com a voz firme e sem berrar. Só assim a criança vai aprender a respeitar e obedecer aos pais.
Engatinhar: uma conquista do bebê
Engatinhar é um marco importante no desenvolvimento da criança que não deve ser coibido.
Perigos de acidente, chão "sujo" com possibilidade de contágio de doenças, somado à maior demanda de atenção dos pais, vovós ou babás. Isso tudo está fazendo com que o engatinhar fique para trás. As crianças de hoje estão engatinhando menos do que as crianças de antigamente. O que é um retrocesso.
E para aumentar essa estatística nada boa, existem hoje no mercado várias cadeirinhas, cadeirões, chiqueirinhos, bebê conforto e carrinhos que deixam as crianças sentadas, enquanto os pais podem fazer o que quiser, pois o pimpolho estará lá, sempre sentadinho.
Agora o problema: Sally Blythe, especialista em desenvolvimento infantil, coordenou um estudo em que relacionou a falta de engatinhar com dificuldades em aprender a ler e escrever.
A especialista estudou 70 crianças de 8 a 10 anos divididas em dois grupos, um com crianças apresentando dificuldades na leitura e escrita, e o outro sem queixas no aprendizado.
Ao fim do estudo, percebeu uma diferença significativa: as crianças que não engatinharam ou engatinharam menos também andaram mais tarde e eram as crianças do grupo que apresentavam dificuldades no aprendizado.
Mas qual relação entre engatinhar e aprender outras questões necessárias? De uma maneira sucinta, o engatinhar representa um marco no desenvolvimento da criança e é um exercício motor importante.
A tentativa de “balançar o esqueleto”, mesmo que desordenadamente, estimula a coordenação visual para os movimentos que mais tarde a criança vai usar para ler e escrever, explica Sally.
Deixe o bebê “se virar” - Engatinhando a criança desloca os olhos similarmente ao momento de leitura e escrita. Dessa forma, o bebê é estimulado a construir novas ligações neurológicas envolvidas nessas funções, ajudando mais tarde na escola.
O uso excessivo dos artigos modernos que auxiliam os pais a tomar conta dos bebês são um dos vilões do engatinhar. Eles deixam a criança sentadinha impedindo que se movimentem e brinquem livremente com o corpo.
No chão, a criança aumenta o seu campo de visão e o seu equilíbrio, sendo mais fácil descobrir o mundo. Aprende a ter noção de espaço e distância. É uma ação ativa e não passiva como as crianças que ficam nas cadeirinhas. Além de tudo, ajuda alinhar a coluna, preparando a criança para ficar em pé e andar.
Precisamos saber também que o não engatinhar não é fator determinante para que a criança tenha dificuldades na escola. "Alguns bebês que não engatinharam acabam não tendo problemas, enquanto alguns que engatinharam poderão apresentar dificuldades", afirma a especialista.
Dicas
Pense na seguinte situação: seu bebê está em uma cadeirinha de rodinha e deixa cair um brinquedo no chão. Ele não terá a mínima chance de pegar o objeto, pois está preso. Ficará totalmente dependente, à espera de alguém para pegar o brinquedo. Péssimo para quem está na fase de descobrimento da vida e aprendizado.
Deixe brinquedos de diferentes cores, texturas e materiais no chão ao lado do seu bebê para que descubra as diferenças.
Não se preocupe se seu bebê não engatinhar. Cada bebê se desenvolve de maneiras diferentes e muitos não passam pela fase do engatinhar, mas precisamos estimulá-los.
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